Texto muito importante para ser lido, gostei muito.
A resposta à questão formulada não tem resposta fácil e muito menos consensual.
Para tentar abordá-la, sem a pretensão de respondê-la plenamente, mas com a motivação de participar de uma reflexão sobre o tema, apresentaremos a seguir alguns conceitos que acreditamos ter influência no estudo do tema ou de alguma maneira, possam estimular outros colegas a participar da indagação que dá título a este texto.
De que líder nós estamos tratando? Seguramente, não incluiremos o líder que a literatura rotula como líder carismático. Por que este tipo de líder tende a não desenvolver pessoas para substituí-lo e, com freqüência, fortalece relação de dependência a sua maneira de atuar personalisticamente e com freqüência, excessivamente egoísta, que é um forte traço de imaturidade e de desrespeito, ao invés de incentivar e apoiar os liderados para desenvolverem atitude de interdependência. Mesmo que este tipo de liderança traga, no curto prazo, alguns resultados para a organização, no médio e no longo prazo é nefasta à organização e aos liderados, por que o líder carismático é preponderantemente egocentrado. Àquela e estes ficam na dependência do líder com esta qualificação. A organização aumenta o risco de limitar sua existência à longevidade dele, que é muito menor do que poderá ser a sua, que, bem gerida, tende à perenidade.
Os líderes dos quais trataremos, são os que têm sua fonte de poder e influência, na estrutura organizacional combinada ou não com traços natos de liderança autoritária ou participativa, que poderão ser desenvolvidos ou tornados mais produtivos através de treinamento que objetive desenvolver competência, habilidade e atitude técnica-gerencial e o desenvolvimento profissional de seus liderados para auxiliá-lo a construir o lucro, a segurança, o desenvolvimento, com qualidade de vida e respeito ao meio-ambiente. A experiência nos indica que o resultado decorrente de treinamento comportamental é mínimo, este para ser mais amplo precisa ser complementado com trabalho de coaching executivo. Como visão de longo prazo, que vai muito além do lucro pelo lucro, por que eles possuem genuíno Amor pelos colaboradores/liderados. Amor entendido nos termos colocados por Erick Fromm: cuidar, responsabilizar-se, respeitar e conhecer cada uma de seus liderados diretos.
O líder que pensamos neste texto é o que tem a sabedoria de aceitar-se humano, como seus liderados, com pontos fortes e com pontos que necessitam de melhoria, com a convicção de que só errará menos e maximizará as oportunidade se trabalhar eficazmente em equipe, porque é no trabalho em grupo que o crescimento e percepção se ampliam. Que tenha a sabedoria de se deixar liderar circunstancialmente por liderado melhor preparado, para o desempenho de uma atividade específica. Que tenha conscientizado que exerce uma função relevante e diferente das dos liderados, mas que como pessoa, tem emoções como: medo, ira e amor. É falível, isso é que não sofra do auto-engano de que não erra – que não brinca de Semi-Deus - poderá ter mandados não conscientizados que lhe foram inculcados durante o processo de socialização e educacional, que poderão limitar-lhe a visão de si e de mundo, tudo igual aos liderados.
O que interessa a organização e mesmo a sociedade? Ter um líder, que no conceito do mestre Peter Drucker é aquele que tem seguidores, ou, um profissional que construa com a equipe o lucro, a segurança, o desenvolvimento com qualidade de vida e respeito ao meio-ambiente, mesmo que não tenha seguidores, mas seja capaz de selecionar, treinar, planejar, organizar, comandar,coordenar e controlar profissionais maduros, automotivados, competentes e compromissados com as cinco variáveis da gestão polifocal aqui descritas?
Falamos e trabalhamos com pessoas, mas será que todos têm pelo menos um conceito assemelhado sobre o que venha a ser o Homem? Como não sei, por que não pesquisei, ofereço-lhes o que tenho: “O Homem é um indivíduo gregário, interdependente, eminentemente emocional que procura agir com certo grau de racionalidade”
O leitor deve está cansado de ouvir e ler sobre liderança, será que temos o mesmo entendimento do que seja liderança?! Será que não perderei nosso tempo propondo mais um conceito de liderança?! Como prefiro errar por ação, a errar por omissão, aqui está mais um conceito: “ É um fenômeno psicossocial, no qual ocorre processo de interação e/ou de identificação entre líder e liderado.
Falei sobre profissional, não será mais um conceito, que todos fingem está falando sobre a mesma coisa?! Minha experiência como facilitador de treinamento, seja sobre construção de equipe de alto desempenho, gestão do tempo, produtividade com qualidade de vida ou sobre Feedback: uma visão sistêmica, ou como Coach, sinaliza no sentido de que as pessoas não possuem conceito assemelhado que permita uma comunicação eficaz.Sem outra motivação que não seja a se instigar o questionamento: Profissional é o indivíduo que tem competência técnica e emocional para trabalhar mesmo em situações ambíguas no sentido de contribuir, em equipe, para a construção do lucro, da segurança, do desenvolvimento com qualidade de vida e respeito ao meio-ambiente, com menor custo, tempo e riscos possíveis”. Ufa! Achou muito? Leia os perfis desejados de executivos, no anúncio de recrutamento.
O relevante não é o título que você preferir: líder ou executivo. O importante é que as pessoas sejam respeitadas e tratadas como serem integrais com emoções e racionalidade, capazes de gerar problemas e soluções. Somos bons e ruins, em função das circunstâncias, seja o “líder” ou executivo, o subordinado, papai ou a mamãe. Aceitando os conceitos alhures citados, não tem como metodizarmos o comportamento do Homem, que é eminentemente emocional e nem a liderança que entendo, como um fenômeno psicossocial, que, didaticamente, se dar num contexto que inclui: a pessoa do líder com toda a riqueza e complexidade do Ser Humano; o grupo com suas magias e mistérios; a tarefa com grau de dificuldade e exigência temporal diversas e as circunstâncias com suas variadas possibilidades.
Pelo exposto não tenho coragem e menos ainda competência, para repetir o que vários autores, americanos e nacionais, escrevem sobre liderança, líder ou executivo de sucesso. Oferecem listas de “qualidades” ou características ou ainda sobre comportamentos, atitudes e estilos que transformam líderes ou executivos em verdadeiros Semi-Deus”.
Pessoalmente, trabalho com a idéia de que o líder ou executivo é um Ser Humano igual aos seus seguidores ou subordinados hierárquicos, com um conjunto de competências, habilidades, atitudes, fraquezas e forças, com o fator que nos humaniza: a falibilidade. Quem não erra é divino!
Trabalho com a possibilidade de que há uma base nata, para o exercício das atividades de líder/executivo que pode ser aprimorada pela aquisição ou ampliação das competências: técnicas, gerencial e comportamental: autopercepção, autocontrole, automotivação, empatia e competência em presentear e receber feedback.
O Arquiteto do Universo ao criar o Homem não redigiu o manual de uso, optou, sabiamente, por dar-lhe o livre arbítrio.
Provavelmente, os leitores que acreditam ser possível metodizar as emoções e ações dos Seres Humanos, contribuirão com suas opiniões, para que o autor amplie seus conhecimentos sobre este tema.
Jansen de Queiroz, coaching de empresários, articulista e profissional de palestras e treinamentos. Site: www.gestaopolifocal.com.br
Fonte: www.educacaoprofissional.com.br